Etapas do Ciclo de Vida no Cálculo do Carbono Incorporado

Introdução

O cálculo do carbono incorporado é essencial para entender e reduzir o impacto ambiental das construções.

Este processo envolve a avaliação das emissões de carbono ao longo de todo o ciclo de vida de um edifício ou produto.

Vamos explorar cada uma das etapas do ciclo de vida conforme definido pela norma EN 15978.

Aproximadamente 20-30%* das emissões totais de carbono são geradas durante a extração de matérias-primas, transporte e fabricação dos materiais de construção

A1 – Extração de Matérias-Primas: Esta etapa inclui a extração e o processamento inicial das matérias-primas necessárias para a produção dos materiais de construção.

As emissões de carbono aqui são resultantes do uso de energia e dos processos industriais envolvidos.

A2 – Transporte: Após a extração, as matérias-primas são transportadas para as fábricas onde serão processadas.

As emissões de carbono nesta fase são geradas principalmente pelo combustível utilizado nos veículos de transporte.

A3 – Processamento e Fabricação: Nesta fase, as matérias-primas são transformadas em produtos finais.

As emissões de carbono são provenientes do consumo de energia nas fábricas e dos processos de fabricação.

Esta etapa contribui com cerca de 5-10%* das emissões totais, incluindo o transporte dos materiais para o local de construção e as atividades de construção em si.

A4 – Transporte para o Local de Construção: Os produtos acabados são transportados das fábricas para o local de construção.

As emissões de carbono são novamente associadas ao combustível utilizado nos veículos de transporte.

A5 – Construção: Esta etapa inclui todas as atividades no local de construção, como a montagem dos materiais e o uso de máquinas.

As emissões de carbono são geradas pelo uso de energia e pela produção de resíduos de construção.

A maior parte das emissões de carbono ocorre durante a fase de uso do edifício, representando cerca de 60-70%* das emissões totais. Isso inclui o consumo de energia para aquecimento, resfriamento, iluminação e manutenção.

B1 – Uso: Durante a vida útil do edifício, há emissões de carbono associadas ao uso diário, como a operação de sistemas de aquecimento, ventilação e ar condicionado (HVAC).

B2 – Manutenção: Inclui atividades de manutenção regular para garantir a funcionalidade do edifício. As emissões de carbono são geradas pelo uso de materiais e energia.

B3 – Reparo: Quando ocorrem danos, são necessários reparos que envolvem o uso de materiais e energia, resultando em emissões de carbono.

B4 – Substituição: Componentes do edifício podem precisar ser substituídos ao longo do tempo. As emissões de carbono são associadas à produção e instalação dos novos componentes.

B5 – Reforma: Grandes reformas podem ser realizadas para atualizar ou modificar o edifício. As emissões de carbono são geradas pelo uso de materiais e energia.

B6 – Energia Operacional: Refere-se ao consumo de energia para operar o edifício, como eletricidade e aquecimento. Esta é uma das maiores fontes de emissões de carbono durante a vida útil do edifício.

B7 – Água Operacional: Inclui o uso de água durante a operação do edifício, como para sistemas de encanamento e irrigação.

As emissões associadas à demolição, transporte de resíduos, processamento e descarte representam aproximadamente 5-10%* das emissões totais.

C1 – Demolição: No final da vida útil do edifício, ele é demolido. As emissões de carbono são geradas pelo uso de máquinas e equipamentos de demolição.

C2 – Transporte: Os resíduos de demolição são transportados para locais de descarte ou reciclagem. As emissões de carbono são associadas ao combustível utilizado nos veículos de transporte.

C3 – Processamento de Resíduos: Os resíduos são processados para reciclagem ou descarte. As emissões de carbono são geradas pelos processos de tratamento de resíduos.

C4 – Descarte: A etapa final envolve o descarte dos resíduos que não podem ser reciclados. As emissões de carbono são resultantes do processo de disposição final.

Embora a etapa D possa variar significativamente dependendo das práticas de reciclagem e reutilização adotadas, estudos indicam que ela pode representar aproximadamente 5-10%* das emissões totais de carbono.

D – Reutilização, Recuperação e Reciclagem: Esta etapa considera os benefícios e cargas associados à reutilização, recuperação e reciclagem de materiais após o fim da vida útil do edifício. As emissões de carbono podem ser reduzidas se os materiais forem reciclados ou reutilizados de maneira eficiente.

Essa etapa é crucial, pois os benefícios de reutilização e reciclagem podem compensar parte das emissões geradas nas etapas anteriores, contribuindo para uma redução geral das emissões de carbono do projeto.

*Essas porcentagens podem variar dependendo de fatores como o tipo de edifício, os materiais utilizados e a eficiência energética das operações. No entanto, essa distribuição geral fornece uma boa base para entender onde focar os esforços de redução de emissões.